Cinco coisas que enfurecem o ditador Kim Jong-un

Não foi apenas a comédia 'A Entrevista' que fez o ditador da Coreia do Norte surtar. Até árvores de Natal são motivo para Pyongyang esbravejar.

Líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, treina artilharia durante visita a fábrica de armas (AFP/VEJA)

Algumas coisas são inofensivas mundo afora, mas tratadas pela Coreia do Norte como séria ameaça, como provou a reação furiosa de Kim Jong-un à comédia hollywoodiana A Entrevista, estrelada por James Franco e Seth Rogen. O ditador chegou a considerar o filme um “ato de guerra” dos Estados Unidos – segundo investigação do FBI, o regime norte-coreano retaliou a produção com um cibertaque ao estúdio Sony. Mas este não foi o único caso em que Pyongyang surtou com algo banal. A rede americana CNN reuniu outras situações bizarras que elevaram a tensão no país mais fechado do mundo:

1. Árvores de Natal

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  (VEJA.com/AFP)
  
  

  Espírito natalino definitivamente não é o forte do regime totalitário norte-coreano. A decoração de Natal colocada anualmente pelos vizinhos do Sul na zona desmilitarizada que divide os dois países já provocou muita gritaria no Norte. Em 2011, Pyongyang reclamou muito de uma árvore de Natal de 30 metros colocada sobre uma colina. Devidamente decorada, a árvore podia ser vista do território norte-coreano. O regime acusou o Sul de tentar espalhar a religião entre os norte-coreanos (na Coreia do Norte as religiões são proibidas) e advertiu os vizinhos: não acendam as luzes da árvore. Seul já aprovou o pedido de cristãos para a construção de outra estrutura decorativa natalina. 

  
  

  Bíblia - Numa nação onde a liberdade religiosa inexiste e a única verdade é a confusa e malfadada ideologia comunista Juche (autossuficiente, em coreano), o veto a livros religiosos também é prática permanente. Jeffrey Fowle, um funcionário municipal de uma pacata cidade de Ohio, nos Estados Unidos, sentiu o peso da proibição na pele. Ele deixou uma Bíblia em um clube para estrangeiros. Os agentes da repressão interpretaram o ato como uma grave ameaça à segurança nacional. Fowle, pai de três crianças, ficou detido por cinco meses por causa da Bíblia.

• 2. Novelas

  
  (VEJA.com/AFP)
  
  

  Assistir a novelas na Coreia do Norte pode ser motivo para fuzilamento. Isso mesmo, pena de morte. O país mais fechado do mundo faz um rígido controle das informações e censura todas as formas de comunicação. As poucas cópias – em VHS (a velha fita de vídeo) ou em rolo de filme – de programas estrangeiros que entram ilegalmente no país são motivo de cobiça e curiosidade entre a população. Os programas mais populares entre a miserável população norte-coreana são as novelas do Sul, que mostram coreanos prósperos e um país desenvolvido. Em outubro, a inteligência sul-coreana informou que membros do partido único que controla o Norte foram executados por assistirem a novelas do Sul. Apesar de proibida, a cultura pop televisiva e cinematográfica é muito admirada pela dinastia Kim. O atual ditador, Kim Jong-un é fã dos personagens da Disney (dizem que ele tem uma queda especial pelo Pateta) e amigo do astro do basquete americano Dennis Rodman. Já Kim Jong-il era amante do cinema e adorava faroestes americanos.
• 3. Pop coreano
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  (VEJA.com/Getty Images)
  
  

  Em 2010, após o Norte afundar uma embarcação militar do Sul, a relação entre as Coreias passou por uma das fases mais delicadas desde a trégua de 1953. Seul preferiu não reagir militarmente, evitando assim mais uma guerra fratricida que poderia matar muitos inocentes. A retaliação, no entanto, veio na forma de um programa de rádio contrário ao vizinho do Norte. A transmissão, que podia ser acompanhada pelos norte-coreanos, foi aberta com uma estridente música pop coreana (K-Pop) de uma banda feminina chamada Four Minutes.

  
  

  O governo do sul também passou a utilizar potentes caixas de som para “bombardear” os vizinhos do Norte com programas de rádio – e músicas pop, claro. Furiosos, os norte-coreanos ameaçaram bombardear (literalmente) as caixas de som e transformar Seul em um “mar de chamas”. 

  
  

  4. Fotos cortadas
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  (VEJA.com/AFP)
  
  

  Turistas aventureiros (ou incautos) que visitam a Coreia do Norte têm de enfrentar uma série de restrições e devem informar todos os seus passos. Os controles orwellianos atingem até mesmo as fotos que os turistas tiram – eles têm de mostrar as imagens para oficiais do regime aprovarem. Os norte-coreanos consideram um “insulto” as fotos de estátuas tiradas muito de perto, que cortam as mãos ou os pés das figuras oficiais – todas da família Kim, claro. Também é proibido dobrar um jornal (estatal, claro...) que tenha uma foto de um dos líderes do regime.
• 5. Balões de ar
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  (VEJA.com/Getty Images)
  
  

  Balões de ar são proibidos na Coreia do Norte. Isso mesmo, desde os mais elaborados até os inofensivos balões de festa, todos são considerados uma “ameaça”. Ativistas sul-coreanos costumam solar balões de gás hélio em direção ao Norte com notas de dólar, cartas, pequenos rádios e até mesmo biscoitos de chocolate – itens considerados potencialmente perigosos por Pyongyang. O regime detesta os balões e já ameaçou o Sul diversas vezes para que a prática seja abolida. Em outubro, a Coreia do Norte chegou ao ponto de utilizar baterias antiaéreas para atirar contra uma “esquadra de balões de ar”.
• Fonte: VEJA.COMIncarque aqui para conferir na fonte
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