Os discursos da sessão dessa terça-feira (9) na Assembleia Legislativa foram divididos entre os deputados que ganharam as eleições e os que perderam nas urnas, apesar da baixa presença em Plenário dos demais pares.
A compra de votos foi o tema dos discursos. Alguns deputados acreditam que é um meio ainda muito utilizado durante as eleições e afirmam que talvez tenham perdido as eleições porque jamais usariam esse recurso proibido pela Justiça Eleitoral.
Um dos queixosos foi o deputado Aníbal Marcolino (Avante), que obteve apenas 6.071 votos. Ele se disse um deputado ficha limpa, foi eleito como um parlamentar que mais fez leis e que sempre procurou ajudar quem mais realmente precisa, mas nada disso adiantou.
“Se fosse para ter um mandato nesta Casa tendo que comprar o voto com cesta básica, por um milheiro de tijolos, por uma saca de cimento, uma carrada de areia, colocando em boca de urna – e nós sabemos que aconteceu e muito nos quatro cantos da Paraíba – eu não teria, e foi o que aconteceu”, destacou.
Muito embora não estando em Plenário, o deputado Bruno Cunha Lima (Solidariedade) também foi citado por Aníbal Marcolino como um parlamentar honesto, que tinha feito também uma campanha limpa, devolvendo até o dinheiro do fundo partidário, algo em torno de R$ 1,6 milhão, mas, segundo ele, como não comprou prefeitos para chegar à Câmara Federal, não obteve êxito. Bruno conseguiu conquistar ainda 44.143 votos.
Segundo Marcolino, não adianta fazer campanha limpa porque grande parte da população não quer saber disso e as pessoas continuam com as mesmas práticas abomináveis.
“A Justiça Eleitoral deveria punir, fiscalizar de uma forma mais intensa porque não adianta chegar em determinada cidade e mostrar seu trabalho, a prestação de serviços que se fez e receber como pergunta: E o senhor vai dar o quê? Porque se não pagar tanto pelo voto, não vai ter., mas eu jamais compraria voto de ninguém. Seria muito ruim ganhar uma campanha e perder a alma”, disse.
O deputado Janduhy Carneiro (Patriota), que também foi derrotado nas urnas, obtendo apenas 14 mil votos, disse que foram poucos votos, mas foram dados por eleitores pelo seu trabalho desenvolvido no Estado da Paraíba sem ter comprado um único voto ou a consciência de qualquer pessoa.
“A minha adversária em Pombal tirou dez mil votos e eu apenas quatro mil. Me perguntaram por que eu tive só quatro mil votos, eu respondi: porque eu não dei dinheiro durante o período eleitoral a quem quer que seja. Foi até gente presa com dinheiro e com material de propaganda da nossa adversária, mas enfim, eu quero só agradecer a Deus por ter tido dois mandatos e entrego nas mãos dele o meu futuro. Como fiquei na primeira suplência, não sei se estarei aqui ou não no próximo ano”, ressaltou.
Já o deputado Renato Gadelha (PSC), que obteve pouco mais de 17 mil votos, disse não entender o que deu errado na sua campanha. Contudo, destacou que sabe que há vários motivos que determinam a perda de um mandato eletivo, mas também não quis justificar o seu desempenho nessas eleições.
“Eu quero tão somente descobrir onde eu errei. Fazendo uma autoanálise da minha vida parlamentar, não descobri ainda onde houve erros. Faria tudo de novo, se possível fosse, e como São Paulo disse: combati o bom combate, guardei a fé, inclusive, a fé na Paraíba”, salientou.
Fonte Click Picui / PBOnline
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